quarta-feira, 9 de junho de 2010

Seres coletivos: o trocador

“Tem gente na firma que gosta de fazer o itinerário rápido. Aí eu te pergunto: pra chegar na garagem e fazer o quê? Nada?! Eu prefiro muito mais o trânsito”, foi o que disse Geraldo, o trocador do 5401 das 17h, em dias úteis, sentido bairro. Ele tem uma aparência de uns 29 anos, olhos amarelados, moreno, jovem e bem disposto. O curso noturno em administração, a esposa e o pequeno David de 3 anos, que para muitos poderiam ser empecilhos, para ele são motivos de ‘glória’.“Eu me apego com Deus, cara. Tava muito perdido nessa vida quando tinha uns 20 anos... agora as coisas estão entrando nos eixos”, lembra o contador de histórias. Geraldo tem dois grandes amigos no ônibus: o motorista e o passageiro que senta na cadeira ao lado da dele, depois da catraca.

Pros dois, ele fala sobre a crise de renite que David teve na semana passada, do absurdo que está o time do galo [como o Cruzeiro está pior ainda, só pra sacanear Betão, o ‘motô’] e como bom vai ser quando ganhar na mega sena. Pro amigo de lá, fala de boatos sobre o ‘Gustavo do 5102’ e, pro amigo de cá, sobre como já pegara a loira gostosa que estava descendo. Sempre aos risos. Esse pode mesmo ser o Geraldo e foi bem isso mesmo que pareceu. Mas é o que consegui com uma conversa de 20 minutos. E só. Vai ver ele estava só estava de bom humor.

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